terça-feira, abril 17, 2007

A boca vermelha

A velhinha viaja no 11. O meu encontro com ela é na Avenida da Liberdade e, nos poucos minutos que demoro a chegar à Praça do Comércio, é a boca que me chama a atenção. Uma boca pequenina, como uma gueisha que se esqueceu que já não o é. Uma boca de boneca de porcelana pintada à mão, perfeitamente desenhada e de um vermelho vivo de celebração. Tem a cara de rugas pálidas - o que torna o vermelho ainda mais arrebatador - enfeitada por dois brincos azul turquesa. Combinam com o tom dos olhos de céu. Segura a mala com um braço por cima do outro, delicados, com a serenidade de senhora fina que vai passear à Baixa num dia de Primavera.

1 comentário:

Jazz Manel disse...

uuuuuuuuuuuhhhh...há velhinhas muito perigosas!!!