segunda-feira, setembro 10, 2007

Sem papas na língua

Sigo, de passo apressado, pelos cruzamentos de gente anónima de olhos ausentes. É tarde, muito tarde, estou atrasada, muito atrasada. Não olho para o relógio, pois deixei de usar tal acessório há cerca de três anos. Paro ao sinal vermelho, na passadeira passam carros e carros e mais carros. Finalmente posso avançar e um magote de pessoas cruza-se comigo sobre as riscas brancas. No meio deles, um homem cujo aspecto não me recordo - o segundo em que nos cruzámos foi demasiado rápido e o meu olhar ia absorto no horizonte lá mais à frente - grita a plenos pulmões para o ar: "Eu quero é putas!"
Sorrio.

4 comentários:

Desolation Row disse...

espectaculo =D! fazme lembrar um comunista fervoroso que vai sempre ao kioske do meu avô... ele ja lutou ao lado do Che e tal.... agora ta completamente passado... Alves: "VIVA A REVOLUCAO!!!" Meu Avô: "PARA COM ESSA CONVERSA POLITICA, ALVES!" Alves: "A LUTA CONTINUA, CAMARADA!"... simplesmente fantastico...

e mais: o ke aconteceu ao blog "angustia da mente em branco"?

Naked Lunch disse...

pura filosofia popular... há umas quantas variações ao tema... putas e vinho verde (pode-se trocar a bebida em causa...)

laura disse...

desolation row: o angústia estava a entrar em asfixia, dei-lhe descando... :))

naked: putas e moscatel? putas e licor beirão? é ao gosto do freguês ;)

Desolation Row disse...

a angustia estava a entrar em asfixia...

mas ke bela fraze... mesmo mto bela..... adorei :D.... talvez a tenha k a roubar!... ou nao...