domingo, março 18, 2007

Mad Max a lanchar

Admiro os góticos, mesmo quando puxam dos telemóveis, e desfazem horas de compor uma personagem. Dou com um ao meu lado no metro, na verdade um gótico híbrido, porque recordo mais tons de cinzento do que de negro. Não me lembro do resto, fixado que fiquei no seu leitor de cd’s, um anti I-Pod enferrujado. Imagino se aquilo foi feito de propósito, ou o único bem que salvou de uma casa em chamas. Lembro-me dos filmes do Mad Max, onde o futuro é sempre mostrado em objectos envelhecidos. O meu pensamento é interrompido, pelas unhas a desembaraçarem o fio dos auscultadores, unhas quase negras, mais umas vez indecisas, entre o sujo e o pintado, que me deixa na dúvida. A sandes retirada do plástico, de queijo derretido e alface (surpreendentemente) verde, lembra-me as viagens de comboio, e o pão que não me atrevia a tirar das máquinas. Deve ir para longe, pela forma calma como mastiga...

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